O que conversar pode fazer por nós
O que conversar pode fazer por nós
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- Ano, Mês e dia: 2023-07-20
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Guerra e Paz - Fontes & Links: new yorker
What Conversation Can Do for Us
Our culture is dominated by efforts to score points and win arguments. But do we really talk anymore?
By Hua Hsu
March 13, 2023
In "Talking Cure: An Essay on the Civilizing Power of Conversation," Paula Marantz Cohen argues that engaging in conversation is essential for learning and human connection. A 2018 study found that participants who had more substantial conversations reported higher levels of life satisfaction. Cohen believes that conversation is under attack by factors such as political polarization, the media, and groupthink. However, there has never been a time when people have had access to as many conversations as they do today through technology. Author Hua Hsu suggests that the issue may be too much talk, rather than too little.
Nota 1:
Tema: A Arte da Conversa e seu Impacto Social
- Paula Marantz Cohen defende a importância da conversa e do engajamento com os outros como essencial para a aprendizagem, o desenvolvimento de crenças e a construção de empatia. Ela enfatiza a necessidade de voltarmos ao básico e revisitar a arte da conversa.
Nota 2:
Tema: Conversa e Satisfação de Vida
- Uma pesquisa realizada em 2018 corroborou a perspectiva de Cohen, demonstrando que os participantes que tiveram conversas mais substanciais relataram níveis mais elevados de satisfação com a vida.
Nota 3:
Tema: Modelos de Conversação na Literatura e Cultura Popular
- Cohen destaca exemplos de conversas boas e envolventes ao longo da história literária e da cultura popular, variando de Jane Austen a Abbott e Costello. Ela explora como a conversação está entrelaçada na cultura intelectual francesa e na vida elitista inglesa.
Nota 4:
Tema: O Privilégio das Conversas Autênticas
- Segundo Cohen, momentos de conversa autêntica podem resultar em um sentimento positivo e quase apaixonado, independentemente de a interação ser brevemente com estranhos ou mais aprofundada com classes inteiras de alunos.
Nota 5:
Tema: Ameaças à Conversação
- Cohen considera que a prática de experimentar "incerteza e abertura em um ambiente seguro" tornou-se ameaçada por várias forças: polarização política, uma mídia que lucra com o dissenso, a conformidade do pensamento de grupo e até a cultura de beber no campus.
Nota 6:
Tema: A Conversa como Santuário
- Em meio a todas essas forças, Cohen volta à verdadeira conversação como uma espécie de santuário. Ela vê a conversa como um processo sem uma agenda fixa ou metas, envolvendo parceiros sem uma audiência ou juiz.
Nota 7:
Tema: O Significado de "Conversa Nacional"
- A frase "conversa nacional" é frequentemente usada na política e na mídia, mas seu significado é ambíguo. Paula Marantz Cohen questiona o que isso pode significar e analisa como os presidentes americanos, especialmente Bill Clinton e Barack Obama, usaram essa frase.
Nota sobre o problema da conversa se transformar em argumento:
A teoria literária Stanley Fish argumenta que toda conversa tem uma tendência a se desintegrar em argumento. Porém, ele ressalta que diferentes tipos de argumentos giram em torno de diferentes eixos de disputa, como a interpretação dos fatos na política ou a "gestão das palavras" em um casamento.
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Nota sobre a preparação para o conflito:
Bo Seo, um debatente campeão mundial, argumenta que, se o conflito é inevitável, devemos nos preparar para ele. Em seu livro, "Good Arguments: How Debate Teaches Us to Listen and Be Heard", ele oferece seu próprio método para discordar dos outros. -
Nota sobre o debate competitivo:
O debate competitivo, como o praticado por Seo, é um modelo imperfeito para o discurso cívico, pois impõe regras, limites de tempo e decoro. Ele pode obrigar os participantes a argumentarem por posições com as quais eles não concordam. -
Nota sobre a linguagem precisa:
Bo Seo argumenta que uma linguagem precisa pode produzir frases mais claras e uma "jornada" mais bem definida para os ouvintes seguirem, entregando-os de maneira quase imperceptível ao destino que você já escolheu para eles. — Como Escrever Bem -
Nota sobre a cultura do argumento:
A linguista Deborah Tannen descreve a "cultura do argumento" como uma atmosfera de guerra que permeia todo o diálogo público. O presidente Donald Trump é citado como um exemplo desta cultura, onde a retórica é usada não para melhorar, mas para obscurecer a razão. -
Nota sobre o uso do debate na política:
O livro "The Persuaders: At the Front Lines of the Fight for Hearts, Minds, and Democracy" do jornalista Anand Giridharadas explora a tendência atual de descartar aqueles que são improváveis de se unir a uma causa e focar na mobilização da base de apoio. -
Nota sobre o "profundo ativismo":
O "deep canvassing" (ativismo profundo), como praticado pelo ativista Steve Deline, envolve conversas não-julgamentais com eleitores que inicialmente se opõem a certas causas. Isso é feito na esperança de mudar suas opiniões através do diálogo e da empatia. -
Nota sobre a explosão da conversa graças à tecnologia:
Nunca na história humana o indivíduo médio teve acesso a tal volume de conversas como temos hoje, graças à tecnologia. Isso levanta a questão se estamos sofrendo de excesso de conversa, e não de escassez. -
Nota sobre a conversa e a auto-ajuda:
A ideia de ser um bom conversador agora entra no mundo do autoaperfeiçoamento e autoajuda. A capacidade de falar com alguém é vista como um meio para um fim, e não como um meio de tornar o mundo um lugar mais ambíguo. -
Nota sobre o papel do professor como conversador:
- Cohen aponta para o seminário universitário como um raro exemplo de uma conversa que é ao mesmo tempo um meio para um fim (aprender algo) e um fim em si (participar do fluxo de conversa em grupo).
- A conversa em sala de aula é temporária e de baixo risco, e cada discussão é efêmera e única, proporcionando a realização de que essas conversas só podem acontecer uma vez.
- Excesso de Conversas e Câmaras de eco
- Atualmente, a esfera pública está fragmentada devido ao volume de conversas que a tecnologia possibilita.
- Há uma possibilidade de que estejamos sofrendo de excesso de conversa, e não de falta.
- Conversação e IA
- Novos chatbots alimentados por IA estão criando conversas unilaterais que só têm sucesso quando são boas para nós, sem considerar a reciprocidade.
Pallas 314
notas finais do artigo
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Reflexões sobre a Leitura de "Talking Cure":
Ler um livro sobre conversação desperta o desejo de falar com as pessoas, mesmo para aqueles que não são exatamente falantes. A leitura instiga a reflexão sobre se as próprias conversas alcançam os patamares descritos no livro. -
A Conversação no Mundo Digital:
Nesse contexto, surge o questionamento sobre a autenticidade das conversas digitais. Seriam as cadeias de mensagens trocadas por anos consideradas conversas adequadas? Haveria algo falso nos sentimentos de afeição por pessoas com as quais se comunicou apenas por email? -
O Valor da Diversidade nas Conversas:
A natureza errática e digressiva dessas cadeias de mensagens as torna humanas. Conversamos uns com os outros não apenas para descobrir ideias, mas também para compartilhar indignação e alegria, comparar experiências, expressar simpatia e detectar inverdades. Oferecemos uns aos outros modelos de irracionalidade. -
Referência à Obra "Guerra e Paz":
Cohen finaliza "Talking Cure" com um exemplo de um entusiasta da conversação: Pierre Bezukhov, o personagem de "Guerra e Paz" de Leo Tolstoy. Ela descreve sua experiência ao ensinar o livro para um seminário de alunos "excepcionalmente engajados" e o prazer deles em reencontrar Bezukhov ao longo do épico. -
A Luta de Bezukhov pela Compreensão:
Bezukhov é uma testemunha do grande sofrimento e se depara com a dificuldade de transmitir suas ideias para os outros da forma como ele mesmo as entende. Em certo ponto, ele percebe a impossibilidade de mudar as convicções de uma pessoa por meio de palavras e reconhece que cada pessoa tem sua própria perspectiva. -
A Persistência da Conversa:
No entanto, Bezukhov persiste. Ele continua a compartilhar seus pensamentos e a ouvir, permanecendo "alerta e receptivo sem sentir que uma resposta definitiva deve ser encontrada". As imperfeições que oferecemos uns aos outros no diálogo tornam esses esforços valiosos. -
A Conversa Nunca Acaba:
Continuamos conversando, conscientes de que isso nos aproxima uns dos outros ao mesmo tempo que nos afasta, e que a conversa nunca acaba.