DISSERTAÇÃO MESTRADO WALKER
CAPÍTULO 1
Apresentação da dissertação
Esta pesquisa pretende abordar de maneira peculiar como se dá a produção de conhecimento em meios eletrônicos e similares, com o intuito de melhorar o entendimento de como é pensado esse conhecimento, como ele se originou e.....
1 Introdução
A introdução será a última parte do texto a ser composto.
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Globalização pode significar incerteza;
No caso dos Estados Unidos dos millenials (e de grande parte da Europa Ocidental também), esse ressentimento é exacerbado pelas mudanças demográficas e pelos costumes sociais que fizeram alguns membros da classe operária branca se sentirem cada vez mais marginalizados; por conta de desigualdades de renda cada vez maiores, aceleradas pela crise financeira de 2008; e por forças como a globalização e a tecnologia, que estão acabando com os trabalhos de manufatura e injetando uma nova dose de incerteza e angústia na vida cotidiana.
A morte da verdade de michiko kakatuni
Após a pandemia de Covid-19 entre 2020 e 2022, estudos que apontam um arrefecimento do processo de globalização começaram a aparecer, e falou-se até mesmo de “desglobalização” e “decrescimento”. Pensamos nisso há muito tempo, e o fato de nossa proposta para um sistema de comércio justo ser chamada de "Globalização justa" não é uma coincidência, mas o resultado de uma reflexão que amadureceu ao longo dos anos. Gostaríamos de ver uma globalização justa, mas não devemos ter ilusões: a globalização muito provavelmente continuará e, em nossa opinião, também continuará a ser injusta. Entretanto, toda crise é uma oportunidade, e a crise da Covid-19 não é uma exceção. Fato é que uma oportunidade surge e com ela uma nova forma de pensar a globalização.
A globalização surge entre os séculos XV e XVII com as grandes navegações, em que houve a exploração de rotas marítimas e comerciais e ganha fortalecimento com o surgimento da internet, porém sofre um enfraquecimento no pós pandemia entre 2020 e 2022........ fazer link da citação com texto.
Uma busca rápida no google trends (inserir fonte) revela que por volta de 2007, no mundo todo e no Brasil em particular, as buscas no google pelo termo web 2.0 (falar o que é) tiveram seu maior pico. Coincide com o lançamento do facebook no Brasil, quando ganhou suporte em português. Foi também a data que eu fiz minha conta lá, e segundo consta, em 2 de junho, minha primeira postagem. (Se tratava de uma poesia celebrando uma noite com amigos ouvindo música). Nos próximos meses iria testar o compartilhamento de trabalhos de faculdade, empolgado em igual medida com a tecnologia e com o progresso nas disciplinas de filosofia.
Temo estar romantizando. A internet do início dos anos 1990 tinha muitos dos problemas que vemos na de hoje. Embora eu lembre que o fórum de adolescentes era bem moderado, o racismo e a misoginia que povoam as seções de comentários atuais já prevaleciam há trinta anos. Green, John. Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra (pp. 92-93). Intrínseca.
Provavelmente foi nesse ano que muitos dos meus conhecidos começaram a usar a web. Foi quando ficou mais fácil divulgar sua opinião para uma ampla audiência e trazer fotos pessoais. O orkut, lançado em 2004 e o twitter lançado em 2006 corroboram essa afirmação. Hoje, 15 anos depois, temos como absolutamente normal possuir uma conta em uma rede social — ainda que seja somente o nome, uma foto e mais nada. Após diversos escândalos de venda de dados pessoais a manipulação de eleições, de racismo algorítmico o aumento de depressão de jovens, o número e a influência dos assim chamados tecnocéticos só aumentou.
É lugar comum entre interessados no tema o ditado de que antigamente era melhor — uma internet livre e que incentivava a descoberta — uma rede sem vigilância onde reinavam os blogs. Mera nostalgia ou não, foi uma época em que a internet era feita na maioria por pessoa comuns, tentando compartilhar seus interesses e gostos. O geocities, à época de sua venda para o yahoo, movimentava um terço de todos os internautas na rede. E seu encerramento, em 2009, foi o sinal inequívoco de que uma era da internet havia chegado ao fim.
Segundo James Bridle, a fundação da World Wide Web do Sir Tim Berners-Lee foi o que chamam no meio de “Hora do Vapor”, pois foi um daqueles momentos em que todo mundo está pensando a mesma coisa até que alguém consegue concebê-la. Tem esse nome por causa da descoberta do motor a vapor, mas é também o caso da invenção do avião e de muitas outras coisas (BRIDLE, P.91). Nesse sentido a narrativa heroica do gênio solitário se desfaz rapidamente, deixando espaço para uma concepção mais geral de zeitgeist. Mas isso em nada diminui a genialidade do inventor fazer parte de um momentum maior de inovação e anseio.
Fato é que não fosse a world wide web de Sir Tim Berners-Lee (e equipe) não teríamos acesso à internet nem remotamente próxima de como a temos hoje — a internet sendo antes de tudo uma invenção bélica (STENGERS), e servindo a nada mais do que a comunicação entre as máquinas. Para se ter uma ideia, sem a web a internet seria o equivalente a ter postes de energia elétrica, e mesmo uma rede elétrica dentro de casa, mas com nenhuma tomada e nenhum interruptor. Foi a world wide web que possibilitou a interface humana e artística da internet e deu a ela a capacidade de comunicação como ferramenta. Em sua concepção original ela era apenas um bloco de texto e nada mais. (nota entrevista à bbc ). Hoje isso mudou, mas o HTML nunca foi de fato superado. Pelo menos é o que se pensava até o surgimento da web 2.0; de certa forma nisso os blogs (o que são blogs) eram alinhados ao que a web era originalmente desenhada para ser (inserir digital garden de referencia).
Umberto Eco em sua apresentação de 1996 para a academia americana de estudos avançados, From internet to gutenberg (ref rexlab texto), no entanto, vai deixar bem claro que não é o caso de que a escrita tenha sido extinta com a internet mas, como era de esperar. Mais ainda, ela foi pulverizada e deixada para trás na competição por atenção que as plataformas se investiram (hiperculturalidade chul-han). Como ser capaz de pesquisar e ler um artigo quando, ou o que é pior, falar sobre esse artigo com outros, quando se tem como concorrentes vídeos de dancinhas, fotos de celebridades e notícias em tempo real do fato mais marcante das últimas 24 horas? Até mesmo quando tem como base o texto como padrão de comunicação da plataforma, o texto precisa ceder — caso do twitter e outras plataformas de microblogging.
As plataformas não parecem ter a intenção de mudar isso — e se um texto maior faz o leitor parar para refletir e talvez se afastar da tela, então é consenso que esse texto não será bem vindo naquele ecossistema — a assim chamada economia da atenção (superindústria do imaginário) tem entre suas regras a que quanto mais tempo um usuário passa dentro de sua plataforma, mais valor a plataforma gera. Escrever textos na internet, mas que dialoguem com o off-line, por essa e outras razões, pode ser chamado de um ato de resistência.
1.1
Minha experiência com blog remete à intenção, perene até onde sei, de ter um lugar que servisse de repositório das minhas coisas, como uma espécie de diário digital aberto ao público. Meu interesse em escrever era inversamente proporcional ao meu interesse em ser lido, mas com o uso maior das novas plataformas como instagram e facebook, tudo efetivamente se inverteu; conteúdo e geração de conteúdo passaram a ser prementes. A sedução de acertar e ganhar muitas curtidas eram uma novidade e poucos suspeitavam de como agia diretamente com os circuitos de dopamina (content de kate eichhorn, blog theory de Dean).
Essa era do blog desinteressado tinha chegado ao fim — e uma nova era, interessada em métricas e alcance de curtidas e compartilhamentos havia iniciado. Foi quando criei minha conta no medium.com. A premissa era de que ainda manteria o controle do conteúdo, isto é, falaria do que eu queria falar e não do que me desse relevância; e isso foi fonte de alguma frustração em médio prazo. Porém, agora, ia tentar alcançar um público que para mim era algo abstrato até então.
O Medium foi fundado por um dos cofundadores do Twitter, Ev Williams, com a ideia de ser o “twitter dos textos longos” (inserir referência). Ele ofereceria um ambiente feito para texto em primeiro lugar, e contaria com ferramentas eficazes e simples para compor, editar e publicar no site. Ele organizaria os autores e as publicações por assunto, e antes de publicar seria pedida uma tag (etiqueta) para melhor oferta nos buscadores como o Google, respeitando, portanto, as bases do marketing digital. Ainda que hoje o Google evite ao máximo que o usuário siga o link que ele mesmo oferece — oferendo em troca todas as informações pertinentes à pesquisa já na página da busca (quase sempre pegando de outros sites como Wikipédia), ter sua publicação encontrada entre os primeiros resultados em uma pesquisa do google seria, ao menos na minha experiência com o site, um grande trunfo.
O Medium é grátis para quem deseja publicar, mas cobra para ser lido — sua fonte de receita é baseada em assinaturas e não tem anúncios — e é assim que ele se oferece como fonte de renda para alguns escritores. O site, apesar de ser vendido como um site de textos acaba sendo um site muito pesado (manual do usuário ref) o que imediatamente afasta classes com menos acesso à internet; cumprindo o manual de vigilância digital, o site também rastreia o tempo que cada pessoa passa no texto e quanto tempo leva para ler, e usa destes dados para alimentar algoritmos e definir quanto pagar aos autores. Esse tipo de relação, aliás, só vale para pessoas que moram em alguns países mais desenvolvidos. Para brasileiros ele não oferece apoio financeiro e tampouco ajuda a criar comunidades — seu motor de busca não funciona muito bem para não anglófanos (existe fonte para essa afirmação?).
Talvez por isso o site tenha se tornado uma fonte abundante de autores que falam exclusivamente de carreira, dinheiro, startups e investimentos. Muitos deles prometem receitas de como ganhar dinheiro com o Médium, gerando assim mais cliques para suas histórias no Médium. (o meio é a mensagem?)
Escrever no Médium me resultou bons leitores, assim como maus...escrever no médium me resultou bons e maus leitores. Pude notar que o interesse maior era de leitores que queriam algum tipo de conselho ou algo que pudessem copiar e colar em um trabalho qualquer — sei disso porque as postagens que mais geraram clicks foram aquelas com trabalhos da faculdade ou que davam algum conselho profissional. Não que houvesse muitos acessos em geral, pois desde o princípio era meu interesse fazer um blog com os princípios da boa escrita e da forma ensaística. Falava geralmente sobre filosofia, livros e estudos da faculdade e um bocado de coisas pessoais.
Os bons leitores, eu imagino, eram aqueles que se mantiveram voltando ao meu blog. Comentários nunca aconteciam, mas pela análise do tráfego do site dava para ver que a despeito de picos de acessos, eram sempre os mesmo números de leitores que se mantinha. Em um ambiente onde qualquer coisa pode ser encontrada a qualquer momento — em que qualquer interesse e nicho imaginado podem ser encontrados com uma busca pelos termos certos, ter um grupo de leitores que se interessam no que você tem a dizer não importa o quê, é um sinal de que a direção está correta.
Minha regra era escrever um mínimo de mil palavras, o equivalente a seis minutos de leitura, mas eu podia fazer mais se o tema assim o pedisse. Oferecer conteúdo de qualidade e de graça era a verdadeira razão de ser do blog — no mesmo espírito republicano da faculdade pública e da educação gratuita que é garantida a todos. Infelizmente o médium não incentivava esse tipo de atitude e foi uma das causa de procurar um novo lugar.
Claro, ganhar dinheiro com a internet e apenas escrevendo é um tipo de sonho para a maioria das pessoas. Mas existem muitas formas para fazer isso que colocando um muro para o acesso aos blogs. Entre as diversas formas de lidar com o financiamento estão as plataformas de crownfunding como o catarse e o apoia-se. Decerto não é como uma plataforma grande com capital na bolsa de valores gostaria de fazer, e isso é compreensível, mas não quando o valor do conteúdo vem em forma de texto. Remete-se aí, mais uma vez, à intenção original da tecnologia da web.
1.2
Os paralelos entre a tese de Michel Foucault de episteme e a moderna produção de textos em mídia eletrônica
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De que forma é a produção de conhecimento em meios eletrônicos é similar ao episteme de Foucault?
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De que forma a produção de conhecimento em meios eletrônicos é diferente da episteme de Foucault?
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Como é que a Internet mudou a produção de conhecimento?
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Quais são as implicações da produção de conhecimento em meios eletrônicos para a sociedade?
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Como é que a produção de conhecimentos em meios eletrônicos afeta o indivíduo?
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Quais são as implicações da produção de conhecimento em mídia eletrônica para a sociedade?
Escrever sobre a tecnologia no estado atual de coisas. Escrever sobre a produção de arte na internet? Sobre o valor e a valoração de preço? Escrever sobre se e como a tecnologia ameaça os artistas? Usar exemplos dos geradores de texto imagem?
Quais são os 5 pontos-chave que eu deveria saber ao estudar Como a produção literária moderna ocorre nos meios eletrônicos e quais são suas implicações?
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A produção literária moderna ocorre nos meios eletrônicos, o que tem implicações sobre como os escritores criam e divulgam sua obra.
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Os meios eletrônicos oferecem novas oportunidades aos escritores para alcançar o público e interagir com os leitores.
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A mídia eletrônica pode facilitar a colaboração entre escritores e entre escritores e leitores.
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A mídia eletrônica pode ajudar os escritores a se conectar com os leitores de maneiras novas e inovadoras.
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O uso da mídia eletrônica na produção literária pode ter um profundo impacto no cenário literário.
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2 — foucault e isso não é um cachimbo
2.1 foucault e magritte
2.2 surrealismo de magritte e a desconfiança da linguagem
2.3 — episteme em foucault
2.4 CULTURA contemporanea
2.5 arte digital e inteligencia virtual (dimensão epistemica).
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3 — globalização e hipercultura
3.1 globalização em milton santos
3.2 hipercultura em byung e vilam flusser
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3 — globalização e hipercultura
3.1 globalização em milton santos
3.2 hipercultura em byung e vilam flusser
4 — hipertexto e isso não é um blog — o meio é a mensagem?
CONCLUSÕES
4 METODOLOGIA
Pesquisa bibliográfica, leitura da obra De Pueris (Dos Meninos) e relatório.
5 CRONOGRAMA
Fevereiro a abril – pesquisa bibliográfica
Abril a maio – reformulação do projeto
Maio a setembro – desenvolvimento da pesquisa, monográfica e redação
Setembro a outubro – redação final
Novembro – entrega
Referências Bibliográficas
ROTTERDAM, Erasmo de. De Pueris (Dos Meninos), A Civilidade Pueril. Editora Escala. Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal – 22
ARISTÓTELES. Política. Tradução: Antônio Campelo Amaral e Carlos Gomes. Coleção: vega Universidade/Ciências Sociais e políticas. Direção de coleção: João Bettencourt da Câmara. Prefácio e revisão científica: R. M. Rosado Fernandes. Introdução: Mendo Castro Henriques. Indices: Manuel Silvestre. Vega (1998)
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: Pietro Nassetti. Martin Claret. São Paulo, 2007. (Coleção a obra-prima de cada autor).