Content, por Kate Eichorn

Kate Eichorn - Content

criado em: 16:06 2022-10-17

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Uma introdução concisa ao conteúdo e à indústria de conteúdo, desde o início da Internet até o ovo Instagram.

Desde o momento em que saímos da cama para verificar as atualizações durante a noite até nossos últimos posts, gostos e visualizações do dia anterior, estamos consumindo e produzindo conteúdo. Mas o que significa mesmo o termo "conteúdo"? Quando ele se tornou ubíquo? E a que custo? Neste volume da série MIT Press Essential Knowledge, Kate Eichhorn oferece uma introdução concisa ao conteúdo e à indústria de conteúdo, examinando os efeitos de longo alcance que o conteúdo tem sobre a cultura, a política e o trabalho na era digital. Eichhorn traça a evolução de nossa compreensão atual do conteúdo desde a Internet primitiva até o atual meio de comunicação social. O exemplo quintessencial de conteúdo, diz ela, é o ovo Instagram - uma imagem que não transmitia nenhuma informação ou conhecimento e que circulava simplesmente por causa da circulação. Eichhorn explora o que diferencia o conteúdo gerado pelo usuário do conteúdo produzido por trabalhadores compensados (embora muitas vezes não recompensados); examina como os campos da arte e literatura ao jornalismo e à política resistiram ao crescimento da indústria de conteúdo; e investiga a crescente importância do "capital de conteúdo" dos artistas - a capacidade dos artistas, escritores e intérpretes de produzir conteúdo não sobre seu trabalho, mas sobre seu status como artistas.


O livro de Kate Eichhorn, "The Content Machine": Towards a Theory of Digital Media" examina porque o termo "conteúdo" veio a ser usado para todas as formas de produção cultural por volta da virada do milênio. Eichhorn analisa a história da digitalização da mídia e o aumento da largura de banda e das velocidades de conexão que levaram à explosão do conteúdo gerado pelo usuário e ao surgimento de plataformas de mídia social. Ela argumenta que o conceito de "conteúdo" marca uma mudança da ênfase na natureza de uma obra para a extensão de sua circulação, com ênfase na viralidade e no valor no fluxo agregado de dados e não no significado da obra em si. O livro também explora o impacto do conteúdo sobre a indústria cultural, o jornalismo e a política.

Em seu livro, "The Content Machine", Kate Eichhorn argumenta que o conceito de "conteúdo" marca uma mudança na forma como entendemos e valorizamos a produção cultural. Antes do surgimento da mídia digital, o foco era a natureza de uma obra, seu valor artístico ou cultural, e o significado que ela transmitia ao espectador ou leitor individual. Entretanto, com o surgimento das mídias digitais, a ênfase se deslocou para a extensão da circulação ou distribuição. O valor de um conteúdo é agora muitas vezes determinado pelo número de pessoas que o vêem, pela freqüência com que ele é compartilhado e por quantos gostos ou pontos de vista ele recebe. Isto é melhor exemplificado pelo fenômeno da "viralidade", onde um conteúdo, independentemente de seu valor artístico ou cultural, se torna amplamente difundido por causa de sua popularidade.

Além disso, Eichhorn argumenta que com o crescimento da mídia digital, o valor do conteúdo é cada vez mais determinado por sua contribuição para o fluxo agregado de dados em plataformas e em bancos de dados, onde os algoritmos podem moldá-los e explorá-los. É aqui que o significado do trabalho é menos importante do que os dados que ele gera, e como ele pode ser usado para atingir e influenciar o público. Desta forma, o conceito de "conteúdo" marca uma mudança da ênfase na natureza de um trabalho para a extensão de sua circulação, com ênfase na viralidade e no valor no fluxo agregado de dados, em vez do significado do trabalho em si.


ainda:

PS. para aprofundar mais o autor recomenda Jay David Bolter’s The Digital Plenitude: The Decline of Elite Culture and the Rise of New Media (2019) e Jodi Dean’s Blog Theory: Feedback and Capture in the Circuits of Drive (2010).