zinsser-ia - é imoral pensar moradia como investimento

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A conversa sobre a falta de moradia nas grandes cidades é complexa. Ela não trata só do mercado de casas e apartamentos, mas também do jeito que as cidades são organizadas, das políticas de moradia, de como as cidades aguentam problemas e desastres, e das questões sociais e econômicas que surgem com o crescimento das cidades.

O preço alto para morar em grandes cidades, como São Paulo, mostra uma crise maior. Essa crise vem da época atual do capitalismo, onde muito dinheiro procura lugares seguros para crescer, e imóveis e terrenos são opções atrativas. Esse dinheiro que viaja pelo mundo em busca de bons investimentos muda a disponibilidade e o preço dos imóveis, fazendo uma competição injusta entre quem mora na cidade e investidores internacionais.

Além disso, a mudança na organização das cidades, focada em ganhar dinheiro, leva à criação de condomínios fechados e à privatização de espaços que eram públicos. Isso se afasta das necessidades reais das pessoas e faz da cidade um produto. A construção de prédios altos e o aumento dos aluguéis por curto tempo, como os do Airbnb, mudam o mercado de imóveis. Eles oferecem mais opções para turistas e pessoas que trabalham viajando, mas fazem os preços subirem e tiram a estabilidade de quem mora na cidade.

Para lidar com esses problemas, precisamos de um plano que junte a regulação do mercado de imóveis e novas ideias para as políticas urbanas e de moradia:

  1. Política Urbana e Habitacional: Precisamos de políticas que vão além de oferecer casas. Precisamos construir cidades integradas, onde moradia, trabalho, lazer e serviços básicos se conectem. Livros como "Guerra dos Lugares" e "São Paulo: Planejamento da Desigualdade" dão ideias importantes para repensar essas políticas. Eles mostram a importância de lutar contra a lógica de fazer tudo virar dinheiro e buscar uma divisão mais justa do espaço nas cidades.

  2. Resiliência e Sustentabilidade Urbana: As cidades precisam ser planejadas para aguentar mudanças no clima e ser sustentáveis. Isso inclui estruturas físicas, como enterrar fios e comprar ônibus elétricos, e também garantir moradias confortáveis, seguras, bem localizadas, com saneamento básico e serviços essenciais.

  3. Direito à Moradia Digna: Oferecer uma moradia digna para todos é essencial. Moradia não é só um lugar para morar, mas parte central para garantir direitos básicos e construir uma sociedade mais justa. Políticas como "Housing First" mostram como é importante colocar moradia em primeiro lugar para ajudar na estabilidade social das pessoas.

  4. Urbanização de Favelas e Programas Habitacionais Integrados: Precisamos entender e enfrentar os desafios específicos de melhorar favelas e juntar programas de moradia com planos para lidar com mudanças no clima. O Programa de Urbanização de Favelas em São Paulo mostra como essa tarefa é complicada e precisa de estratégias que melhorem onde as pessoas moram e evitem ocupações em lugares perigosos.

  5. Participação e Planejamento Democrático: Mudar as cidades exige que as pessoas participem ativamente no planejamento e nas decisões. As eleições municipais são um momento importante para pensar no modelo da cidade e no papel das prefeituras na organização urbana. Usar experiências pessoais e exemplos positivos da cidade é crucial para imaginar e criar futuros que atendam às necessidades e desejos da população.

Lidar com a falta de moradia e a complexidade das cidades modernas pede um plano completo, que considere aspectos econômicos, sociais, ambientais e urbanos. Construir cidades mais justas, sustentáveis e agradáveis para morar não é só um desafio, mas uma necessidade urgente para garantir o bem-estar e a dignidade de todos os moradores.


é imoral pensar moradia como investimento