lista de livros reúne obras que dialogam entre si ao explorar temas relacionados à ecologia, filosofia e literatura
INSPIRADO NESTE PODCAST DO Dragões de garagem e no projeto Filamentos da Ana Rüsche https://www.catarse.me/filamentos2024
lista de livros reúne obras que dialogam entre si ao explorar temas relacionados à ecologia, filosofia e literatura
criado em:
- 14-08-2024
- 13:01
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Essa lista de livros reúne obras que, embora provenientes de gêneros e épocas distintas, dialogam entre si ao explorar temas relacionados à ecologia, filosofia e literatura. As conexões entre essas obras podem ser agrupadas em eixos que articulam questões ambientais, sociais e culturais.
Frankenstein – Mary Shelley
Publicado em 1818, este clássico gótico explora as consequências éticas da ciência descontrolada e da desconexão com a natureza. Conexão: Antecipando questões ecológicas, a obra problematiza o papel do ser humano na criação e destruição do mundo ao seu redor.
A Mão Esquerda da Escuridão – Ursula K. Le Guin
Este romance de ficção científica de 1969 se passa em um planeta gelado e explora temas de identidade de gênero e ecologia. Conexão: Le Guin propõe uma visão de mundo ecocêntrica, onde o meio ambiente influencia diretamente a cultura e o comportamento social.
Neuromancer – William Gibson
Publicado em 1984, este marco do cyberpunk mergulha em um futuro distópico onde a tecnologia domina as relações humanas e a natureza é virtualmente irrelevante. Conexão: A ausência da natureza e a hiperurbanização contrastam com obras que criticam o progresso tecnológico desenfreado.
Vidas Secas – Graciliano Ramos
Este romance de 1938 retrata a vida árida do sertão nordestino brasileiro, focando nas condições extremas que afetam tanto humanos quanto o ambiente. Conexão: A obra destaca a interdependência entre seres humanos e ecossistemas, ilustrando o impacto devastador das mudanças climáticas.
Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien
Essa obra épica, publicada entre 1954 e 1955, combina mitologia e ecologia ao apresentar uma narrativa onde a destruição do ambiente é um símbolo da corrupção moral. Conexão: Tolkien explora a luta entre a preservação e a destruição, refletindo a tensão entre progresso e natureza.
Timothy Morton (livros no Brasil publicados pela Quina Editora)
Nascido em Londres, em 1968, Timothy Morton leciona literatura inglesa na Rice University (Houston). Colaborou com artistas como Björk, Olafur Eliasson, Sabrina Scott. Foi um dos roteiristas de Living in the Future's Past, filme de 2018 sobre o aquecimento global, produzido por Jeff Bridges. Escreveu diversos livros e ensaios sobre filosofia, ecologia, crítica literária e artes visuais. Conexão: A obra se alinha com as discussões filosóficas presentes em Latour e Shiva, questionando a separação entre natureza e cultura.
O Conto da Aia – Margaret Atwood
Publicado em 1985, este romance distópico trata de um futuro onde as catástrofes ambientais e sociais levaram à repressão totalitária. Conexão: Atwood conecta a degradação ecológica com a opressão social, sugerindo que ambas emergem de estruturas de poder desequilibradas.
Fazedores de Desertos – Euclides da Cunha
Esse ensaio explora as consequências da destruição ambiental no sertão brasileiro. Conexão: Como em "Vidas Secas", a obra de Euclides da Cunha enfoca a relação entre o ambiente e a sobrevivência humana, conectando-se à ecocrítica.
Floresta é o Nome do Mundo – Ursula K. Le Guin
Neste conto, Le Guin aborda a colonização e a exploração dos recursos naturais, enfatizando a conexão entre natureza e espiritualidade. Conexão: A obra dialoga com o ethos de Tolkien e a crítica ao colonialismo encontrada em autores como Latour e Shiva.
Ministry of the Future – Kim Stanley Robinson
Este romance de 2020 explora um futuro próximo onde as crises climáticas ameaçam a sobrevivência da humanidade. Conexão: Robinson propõe soluções radicais para problemas ecológicos, ecoando temas de justiça ambiental presentes em autores como Shiva e Latour.
Não Verás País Nenhum – Ignácio de Loyola Brandão
Publicado em 1981, este romance distópico brasileiro imagina um futuro onde a destruição ambiental leva a uma sociedade decadente. Conexão: A obra critica o avanço tecnológico sem consideração ecológica, conectando-se a preocupações similares em "Frankenstein" e "Neuromancer".
Manifesto Verde – Ignácio de Loyola Brandão
Este manifesto é uma denúncia contundente da degradação ambiental no Brasil. Conexão: Complementa "Não Verás País Nenhum", oferecendo uma crítica direta à exploração ambiental.
Begônia – Daniel Galera
Esta novela, inserido no livro "O Deus das Avencas", é uma exploração distópica da reconstrução da vida e da sociedade em um futuro pós-apocalíptico. Conexão: A simbiose entre humanos e natureza, retratada na comunidade que compartilha suas vidas com colmeias de abelhas, ecoa temas presentes em obras como "Neuromancer" e "Não Verás País Nenhum", que também tratam da transformação e reinterpretação da vida em contextos de crise.
Autores como Natália Polesso, Antônio Bispo dos Santos, Ailton Krenak, Maria Ester Maciel, Malcom Ferdinand e Vandana Shiva
Esses autores trazem abordagens variadas sobre a interseção entre ecologia e cultura, desde a perspectiva indígena e decolonial até as críticas ao antropocentrismo e as alternativas ecológicas. Conexão: Suas obras convergem para a necessidade de uma nova ética ecológica, ecoando os pensamentos de Morton e Latour.
Diante de Gaia – Bruno Latour
Latour questiona a separação entre humanidade e natureza, propondo um novo paradigma de coexistência. Conexão: Sua obra se conecta com o pensamento de Morton e com as narrativas que criticam a visão dualista de mundo.
A Trama da Vida – Merlin Sheldrake
Este livro explora o mundo das redes subterrâneas de fungos, revelando a interconexão de todas as formas de vida. Conexão: O conceito de interconectividade biológica complementa as ideias de Morton, Latour e autores indígenas.
Conclusão
Essas obras, em conjunto, oferecem um rico panorama das interseções entre ecologia, filosofia e literatura, explorando desde as raízes das crises ecológicas até as possíveis soluções e novas formas de coexistência entre seres humanos e o mundo natural. As conexões entre elas reforçam a ideia de que as crises contemporâneas exigem uma abordagem interdisciplinar e integradora.