Por quê ler Moby-dick - part 2

Why read Moby-Dick? / Nathaniel Philbrick - Chap 6 - 10

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Perguntas de Pesquisa:

A Decisão de Melville em 1850

Herman Melville, durante a composição de Moby-Dick, registra a exata hora e data em que escrevia sobre os esguichos das baleias. Este ato de inserir-se na narrativa é um dos momentos mais queridos do autor do texto, que sente uma conexão profunda com Melville neste ponto.

Contexto Pessoal de Melville

Em dezembro de 1850, Melville estava com 31 anos e havia recentemente se mudado para os Berkshires. Ele enfrentava desafios financeiros, expressando preocupação com o futuro a seu amigo Nathaniel Hawthorne. Melville trabalhava com uma intensidade obsessiva em seu romance, frequentemente sem parar para comer e imergindo-se em leituras científicas e literárias.

O Estado dos Estados Unidos em 1850

Os EUA estavam em expansão territorial, mas também enfrentavam a questão da escravidão, que ameaçava a unidade nacional. A aprovação do Fugitive Slave Act em 1850 exacerbou as tensões, tornando a escravidão um problema nacional.

Literatura Americana no Século XIX

A cena literária americana era ainda jovem e incerta. Autores como Washington Irving e James Fenimore Cooper estavam no fim de suas carreiras, enquanto Melville, ao escrever sobre baleias, embarcava em uma empreitada audaciosa e incerta.

A Relevância Atemporal de Moby-Dick

Melville usou a história da caça à baleia para abordar questões contemporâneas, como a marcha dos EUA rumo à Guerra Civil. A obra é vista como um retrato genético dos EUA, tratando de promessas, problemas e ideais que ainda ressoam.

Recepção Inicial e Legado de Moby-Dick

Quando lançado, Moby-Dick foi amplamente ignorado, vendendo poucas cópias. Apenas após a Primeira Guerra Mundial a obra começou a ser amplamente reconhecida como um clássico, influenciando escritores como Faulkner e Hemingway.

Nantucket e a Mitologia Americana

Melville criou uma visão mitológica de Nantucket, uma ilha que exemplificava a ambição global americana. Ele transformou a história da ilha em uma narrativa épica de conquista marítima.

Reflexões Pessoais e Filosóficas

Melville utilizou suas experiências pessoais no mar e seu encontro com a narrativa do Essex para explorar temas de isolamento moral e verdade existencial. Ele questionou as distinções entre civilização e selvageria, propondo que a verdade mais profunda reside na "ausência de terra".

Filosofia Desperada de Ishmael

Ishmael, o narrador de Moby-Dick, representa uma abordagem filosófica de aceitação e sobrevivência diante da adversidade. Sua "filosofia genial e desesperada" é um ponto central da obra.

A Vida em Nantucket e a Receita de Chowder

Melville descreve a vida em Nantucket e oferece uma receita detalhada de chowder, usando a culinária como um meio de mergulhar o leitor na atmosfera da época.

The Pequod

A bordo do Pequod, Melville constrói uma alegoria da América. A embarcação, simples e barata de construir, é uma máquina complexa, representando tanto a bênção do livre comércio quanto a barbárie que a nação supostamente superou. O Pequod é descrito como um "canibal de uma embarcação," adornado com os ossos de suas presas, simbolizando a história e a brutalidade da caça às baleias.

Ahab

O Capitão Ahab, introduzido tardiamente no livro, é uma figura trágica e majestosa, marcada por uma busca obsessiva por vingança contra Moby Dick. Ele é descrito com uma "crucificação no rosto" e sua presença tem um impacto profundo na tripulação e na narrativa.

Hawthorne

A amizade entre Melville e Nathaniel Hawthorne transformou a direção de Moby-Dick. Melville, inspirado pela "grande escuridão" de Hawthorne, revisou seu romance inicialmente picaresco, incorporando temas mais profundos e sombrios. Hawthorne, com seu estilo reservado e introspectivo, influenciou a exploração de Melville sobre a natureza humana e o mal.

The View from the Masthead

Ishmael, o narrador, reflete sobre a busca filosófica e a conexão com o cosmos quando posicionado no topo do mastro. No entanto, a presença de Ahab transforma essa perspectiva, levando Ishmael a se unir à busca monomaníaca do capitão. A transformação de Ishmael reflete as tensões crescentes nos EUA, especialmente em relação à escravidão.

Conclusão

Moby-Dick é uma obra multifacetada, combinando experiências pessoais de Melville, influências literárias e o contexto histórico dos EUA. Através de personagens complexos e uma narrativa rica, o romance explora a condição humana, a busca por significado e os conflitos internos e externos que moldaram a América do século XIX.